O projeto de ocupação social para presos está funcionando em Barreiras, no Centro de Detenção, com a parceria da cogestora Socializa. Uma horta cultivada com muito capricho permite que os detentos com bom comportamento trabalhem fora das celas, reduzam as penas que precisam cumprir e até ganhem dinheiro com o que produzem manualmente. O cultivo é 100% orgânico, com coentro, cebolinha e couve, todos cultivados com zelo e responsabilidade social. Grande parte desses produtos é doada para famílias carentes de Barreiras.
O projeto tem como objetivo capacitar os internos do Centro de Detenção de Barreiras e existe há cerca de um ano. No total, aproximadamente dois hectares estão cultivados com uma grande variedade de hortaliças. Atualmente, quase quatro a cinco hectares já estão plantados com hortaliças e culturas de sequeiro, como feijão. O local funciona como uma escola técnica, onde os detentos fazem um curso de olericultura, oferecido por parceiros como o SENAR, JCL e outras empresas, preparando-os para o mercado de trabalho externo no futuro.
Nós temos um contingente de 10% destinado à cozinha, que processa e distribui alimentos para os internos, enquanto 90% da produção vai para projetos de doação, uma iniciativa do governo do Estado em parceria com nossa gestão. Tudo que é doado vai para instituições filantrópicas da região. E é gratificante saber que estamos contribuindo para o bem-estar de outras pessoas. O projeto, chamado Semeando Liberdade, está vinculado ao programa Bahia Sem Fome.
Até o momento, cerca de 50 detentos já passaram pela capacitação, aprendendo como cultivar e melhorar a qualidade da horta. Quinze deles, que estão no regime semiaberto, se revezam nos cuidados diários do cultivo, que é 100% orgânico. Temos uma horta fresca, natural, e contamos com parcerias, além de um diretor ativo, que pensa na reeducação. Ele tem investido muito nesse propósito de trazer pessoas, capacitar, formar e reintegrá-las à sociedade.
Aqui, o detento trabalha e obtém a remição de pena, sendo que três dias de trabalho equivalem a um dia de redução na pena. Além disso, ele recebe uma remuneração que poderá ser utilizada no futuro para abrir seu próprio negócio. Todos os internos envolvidos no trabalho da horta são considerados de bom comportamento. Para a direção do Centro de Detenção de Barreiras, o trabalho realizado na horta é fundamental para a capacitação dos internos, preparando-os para a reinserção no mercado de trabalho.
Muitos internos aqui têm sua casa, sua “rocinha”, seu pedaço de chão. Com a qualificação técnica que oferecemos, eles poderão produzir em seus próprios lares. Esta horta é uma grande escola, onde 15 internos trabalham de forma fixa, mas há uma rotatividade constante de ensino.